Karina Merlo
Caso algum brasileiro de boa memória tenha acompanhado o início desse Blog, se lembrará, certamente, que à época discutíamos o famoso caso da garotinha Isabella Nardoni, que devido à grande repercussão na mídia, poderia ser tema de alguma história investigativa do “Linha Direta” da Globo.
É impressionante o bombardeio de casos polêmicos que sofremos no nosso dia-a-dia. Atualmente podemos citar a Operação Satiagraha, o reclame da justiça brasileira pelo criminoso Salvatore Cacciola e os inúmeros casos de balas-perdidas por conseqüência da nossa inexperiente polícia brasileira.
Eu pergunto: “Quem matou Isabella Nardoni?” (Quem matou “quem”?) Talvez seja a pergunta nesse momento a ser feita por algum leitor.
"O povo brasileiro não tem memória", já dizia o ditado popular. Conseqüência dessa memória curta é a falta de resposta do Estado para um caso atrás do outro. Para que empenhar esforços à resolver um caso em respostas aos apelos populares se, antes que se chegue a conclusão alguma, já estamos com um outro “fervendo” na panela criminal?
Quando não é a mídia que comanda, é a política que entra em cena. Em ano de eleição faz-se o necessário para “não ficar feio pro governo”. Se mexer demais nessa panela, vai respingar em todo mundo! Vamos cozinhar um pouco mais que daqui a pouco aparece outro caso mais cabeludo e o brasileiro esquece.
Minha cidade (Salvador-BA) está um verdadeiro canteiro de obras. O que deveriam ter feito em 4 (quatro) anos, estão fazendo agora, às pressas, pois é ano de eleição. Só por isso? Claro que não. É porque o baiano é brasileiro, e como todo brasileiro, não tem memória. O governo sabe que o povo não vai lembrar de uma melhoria feita há 3 (três) anos atrás. Ruas, praças, viadutos, parques, saneamentos, até a nossa bela orla, se perguntarmos a algum morador local qual o governante que promoveu tais obras há anos atrás será impossível obter algum nome. Quanto a isto, tenho que tirar o chapéu para os políticos. Que percepção!
A nossa Constituição Federal é linda, como um livro de contos-de-fadas. A população não tem acesso aos seus direitos básicos: educação, saúde, segurança, justiça, dignidade (ah! Se tiver uma boa situação financeira, a sua dignidade poderá ser mantida pelo Estado! Mesmo que tenha sido dinheiro desviado, lavado, ou seja, obtido por qualquer meio ilícito.) E diante desse panorama, por que a passividade do povo? Simples. Falta de memória. O brasileiro não consegue nem lembrar dos seus direitos. E lavagem de dinheiro nunca será um grande problema para um povo que sofre de lavagem cerebral.
Talvez a solução fosse incluir banana, que é rica em potássio e estimula a memória, na cesta básica do programa “Fome Zero”. Aliás, o governo bem que poderia ser mais solidário e divulgar a receita mágica de como fazer pizza sem usar farinha de trigo. Sem sombras de dúvidas seríamos homenageados por algum organismo internacional por tamanha inovação!
Caso algum brasileiro de boa memória tenha acompanhado o início desse Blog, se lembrará, certamente, que à época discutíamos o famoso caso da garotinha Isabella Nardoni, que devido à grande repercussão na mídia, poderia ser tema de alguma história investigativa do “Linha Direta” da Globo.
É impressionante o bombardeio de casos polêmicos que sofremos no nosso dia-a-dia. Atualmente podemos citar a Operação Satiagraha, o reclame da justiça brasileira pelo criminoso Salvatore Cacciola e os inúmeros casos de balas-perdidas por conseqüência da nossa inexperiente polícia brasileira.
Eu pergunto: “Quem matou Isabella Nardoni?” (Quem matou “quem”?) Talvez seja a pergunta nesse momento a ser feita por algum leitor.
"O povo brasileiro não tem memória", já dizia o ditado popular. Conseqüência dessa memória curta é a falta de resposta do Estado para um caso atrás do outro. Para que empenhar esforços à resolver um caso em respostas aos apelos populares se, antes que se chegue a conclusão alguma, já estamos com um outro “fervendo” na panela criminal?
Quando não é a mídia que comanda, é a política que entra em cena. Em ano de eleição faz-se o necessário para “não ficar feio pro governo”. Se mexer demais nessa panela, vai respingar em todo mundo! Vamos cozinhar um pouco mais que daqui a pouco aparece outro caso mais cabeludo e o brasileiro esquece.
Minha cidade (Salvador-BA) está um verdadeiro canteiro de obras. O que deveriam ter feito em 4 (quatro) anos, estão fazendo agora, às pressas, pois é ano de eleição. Só por isso? Claro que não. É porque o baiano é brasileiro, e como todo brasileiro, não tem memória. O governo sabe que o povo não vai lembrar de uma melhoria feita há 3 (três) anos atrás. Ruas, praças, viadutos, parques, saneamentos, até a nossa bela orla, se perguntarmos a algum morador local qual o governante que promoveu tais obras há anos atrás será impossível obter algum nome. Quanto a isto, tenho que tirar o chapéu para os políticos. Que percepção!
A nossa Constituição Federal é linda, como um livro de contos-de-fadas. A população não tem acesso aos seus direitos básicos: educação, saúde, segurança, justiça, dignidade (ah! Se tiver uma boa situação financeira, a sua dignidade poderá ser mantida pelo Estado! Mesmo que tenha sido dinheiro desviado, lavado, ou seja, obtido por qualquer meio ilícito.) E diante desse panorama, por que a passividade do povo? Simples. Falta de memória. O brasileiro não consegue nem lembrar dos seus direitos. E lavagem de dinheiro nunca será um grande problema para um povo que sofre de lavagem cerebral.
Talvez a solução fosse incluir banana, que é rica em potássio e estimula a memória, na cesta básica do programa “Fome Zero”. Aliás, o governo bem que poderia ser mais solidário e divulgar a receita mágica de como fazer pizza sem usar farinha de trigo. Sem sombras de dúvidas seríamos homenageados por algum organismo internacional por tamanha inovação!
3 comentários:
Oi Karina!
Tenho receio de que, de duas décadas para cá, as questões sociais e políticas estejam sendo convertidas em pautas criminais.
Criminalização da economia, criminalização da política, criminalização das relações sociais mais íntimas e, pois, distantes do olhar público!
É certo que em parte este capitalismo próspero do Continente tenha seus fundamentos em um patrimonialismo secular, que permite a promiscuidade entre o público e o privado em detrimento do primeiro. E aí a corrupção configura poderoso elemento de retroalimentação deste sistema de distribuição profundamente injusta das riquezas coletivas.
E tb é evidente que em diversos âmbitos, mesmo na vida privada, há desvios e abusos de poder, quase sempre acompanhados de violência física, que jutificam a intervenção do Estado, como Alessandro Baratta destacara.
Daí a transformar "todas" as questões sociais e econômicas mal resolvidas em questões criminais vai uma enorme distância, que deixa pelo caminho a política, instrumento democrático de administração de conflitos, e sugere (e às vezes impõe) a derrocada dos direitos fundamentais para consolidar sentimento de "segurança" paránóide. Este "sentimento termina sendo o direito fundamental primário das classes dominantes (ah..., classes dominantes, categoria em desuso que, pelo simples fato de não ser enunciada, desapareceu!).
Parabéns, pois, pelo Blog, que resiste bravamente à irracionalidade dos que preferem a barbarie do Estado Policial à responsabilidade coletiva do Estado
de Direito!
Grande abraço!
Oi Karina,
A memória do brasileiro até que é boa, é só perguntar a escalação da seleção brasileira nas copas. Então resta perguntar o porquê do brasileiro não dar atenção e não saber de cor os nomes bonitos das aperações da PF?
Pra mim o "Povo Brasileiro" (como diz João Ubaldo) não sabe dos seus direitos porque não sabe nem ao menos ler, sabe apenas que o governo serve pra tentar arranjar um empreguinho, que político bom é o que rouba, mas faz...
Por fim, caberia à sociedade, por meio da mídia e de suas instituições como a OAB cobrar dos órgãos públicos explicações e principalmente soluções à criminalidade e efetivaçãos dos direitos previstos na Carta de 1988.
Oi, Nina!
Acho que podemos dizer que vivemos em situação semelhante a da época da escravidão: houve a libertação, mas enquanto nada parecia dizer ou mostrar que estavam libertos, os escravos NÃO SE SENTIAM LIBERTOS, e portanto, continuavam escravos. Essa foi a estratégia daqueles que possuíam escravos - sabiam que se tudo fosse mantido igual, eles jamais acreditariam que estavam livres. E foi assim por muito tempo...
O povo brasileiro não cumpre leis, porque eles não sentem que elas mudaram pra melhor. Isso porque continuamos com péssimo policiamento, com péssimo sistema carcerário, demora nas conclusões dos processos judiciais... enfim, devo dizer que tudo ao nosso redor ainda passa a mesma mensagem - a da corrupção, da violência, da falta de amparo do Estado, da impunidade. Assim, não nos sentimos protegidos, e portanto, acreditamos que nada mudou - ainda somos escravos do medo de sair nas ruas, escravos da nossa própria ignorância, que não nos permite cobrar a quem é devido um pouco mais de respeito à vida. Nossos governates são quem de fato precisam comer mais banana, pra ver se lhes volta à memória as promessas de campanha, os anseios do povo...
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