Mistério na morte do homem acusado de matar uma médica, sequestrada com a filha no mês passado em um shopping de Salvador. Gilvan de Assis foi encontrado morto dentro da cela, sexta-feira (4) à noite, pouco tempo depois de participar por cinco horas da reconstituição do crime.
Gilvan estava na cela com José Cardoso dos Santos, acusado de envolvimento no assassinato do ex-deputado Maurício Cotrim. O companheiro de cela afirmou não ter visto nada. A versão da polícia é de que o acusado se suicidou com uma corda feita de lençol.
Gilvan é o homem que confessou o assassinato da médica Rita de Cássia Tavares Martinez, de 39 anos, morta há um mês. Rita e a filha de um ano e oito meses foram sequestradas por Gilvan no estacionamento de um shopping da capital.
O carro da médica foi abandonado no mesmo dia na BR-324. Dentro, a polícia rodoviária encontrou a filha de Rita de Cássia dormindo.
O corpo da médica foi localizado em uma estrada de terra na zona rural do município de Santo Amaro da Purificação. Segundo a polícia, ela foi atropelada por Gilvan. Na sexta-feira, a polícia fez a reconstituição do crime com a participação do acusado, que parecia calmo.
A equipe do Bahia Meio Dia conversou com parentes de Gilvan no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, para onde foi levado o corpo do acusado da morte da médica.
O irmão de Gilvan gravou entrevista, mas não quis se identificar: 'quarta-feira passada, quando eu vim ver ele, ele estava com o pulso direito, com marca de corte no pulso. Mas também não questionei, não procurei saber de que maneira foi, porquê o pulso dele estava cortado. Aparentemente ele estava bem, mas como sempre, sempre de cabeça baixa, falou muito pouco comigo, falou para que a gente não deixasse ele lá, não desprezasse ele. Eu não posso descartar a questão do suicídio ou se foi alguma coisa feita por algum preso. Aí quem tem que investigar, quem tem que analisar isso é o pessoal da polícia, que tem a competência de analisar e ver o que realmente aconteceu', disse o irmão de Gilvan.
Entrevista coletiva - De acordo com o delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo, depois de Gilvan voltar da reconstituição do crime feita sexta-feira, para a cela onde estava preso na Delegacia de Homicídios, ele não almoçou e não jantou.
De acordo com os presos, ele teria passado boa parte do tempo lendo a bíblia. ‘Ele se matou com enforcamento com as roupas internas, as roupas do presídio, e um lençol, que amarrou em um comungol, uma área de ventilação’, afirma o delegado-chefe.
‘O enforcamento é a causa morte. Enforcamento, suicídio, não é homicídio. A cela estava devidamente trancada. Ele se encontrava na cela só com um preso porque desde quando ele praticou esse crime, nós tivemos esse cuidado de preservar a integridade do preso. Ele teve a sua integridade física sempre preservada. Não foi mantida em cela, vocês entendam que nós temos uma superpopulação carcerária, mas tivemos o cuidado de deixá-lo em uma cela com uma única pessoa que não representava perigo nenhum para ele. Não temos dúvida quanto ao suicídio. Agora, mesmo não tendo dúvida das ações é um dever da polícia neste momento instaurar um inquérito policial para apuração desse fato e todas as suas circunstâncias, bem como a instauração de um procedimento adminitrativo para que reste devidamente esclarecido, materializado todas as circunstâncias de como o fato ocorreu’, completa Joselito Bispo.
Fonte: Bahia Meio Dia
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