O problema teria sido descoberto pelos pais de Diogo há dois anos, quando o universitário teria violentado os irmãos menores - hoje com 9 e 11 anos. Nessa mesma época, o estudante afirmou ter iniciado tratamento psiquiátrico para tentar tratar a perversão sexual por crianças. “Atualmente, estou tomando finasterida, substância utilizada para tratamento contra a calvície, mas que também diminui a libido, por meio da diminuição dos níveis de testosterona (hormônio masculino)”, explicou Diogo, que nega o abuso aos irmãos - embora em seu computador apareça o nome de ambos em pastas com imagens da violência.
Diogo chora quando fala do afastamento dos irmãos e primos, mas demonstra lucidez e possui boa argumentação ao levantar o tabu que a pedofilia possui na sociedade. “Fui afastado deles (irmãos) por meu pai e minha madrasta. Tento achar uma explicação, fazer uma autoterapia. Na verdade quero que o que aconteceu comigo ajude a tornar este assunto menos negligenciado. Não existe uma abordagem do ângulo médico, só policial. Ninguém se interessa em pesquisar a origem de um monstro”.
Segundo Diogo, as quase mil imagens armazenadas no computador eram uma forma de tentar conter novas abordagens. “Não comercializava, não vendia. Usava o material para tentar me satisfazer, para reduzir a frequência com que fazia (os abusos)”, declarou.
Menos chocante
A culpa, contou Diogo, sempre o perseguiu após os abusos. “Eu fazia o possível para ser o menos chocante, mas sei que não é possível”, afirmou quando perguntado sobre os traumas que pode ter causado. “Se eu tivesse algum meio de evitar... Não guardo rancor dos pais ou de quem me denunciou”.
Diogo foi preso em flagrante e vai responder por estupro de vulnerável (Artigo 217 do Código Penal), segundo a titular da 26ª DP, Jamila Cidade. A pena é de oito a 15 anos de prisão. Embora não tenha sido flagrado abusando as crianças, Jamila explicou que as crianças encontradas na casa com Diogo relataram terem sido abusadas. “Há uma semana recebemos denúncia sobre os abusos e ficamos monitorando. Pelo menos cinco foram confirmados - três no mesmo dia e dois através de depoimentos de outros pais. Mas existem mais casos. Muitas crianças ainda não foram identificadas e podem existir casos em Salvador, onde ele morava. Tudo será encaminhado para a perícia: desde o computador até as vítimas”, explicou Jamila, que tem dez dias para enviar o inquérito à Justiça.
Fonte: Correio24horas
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