sábado, 18 de julho de 2009

Procurador do Paraná se torna o primeiro juiz cego do Brasil


Ricardo Tadeu da Fonseca é nomeado procurador pelo Ministério Público do Trabalho

O procurador do Ministério Público do Trabalho no Paraná Ricardo Tadeu da Fonseca foi nomeado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região. A nomeação foi publicada hoje no Diário Oficial da União. Com isso, ele se torna o primeiro juiz cego do Brasil.

Há 18 anos Ricardo Tadeu trabalha no MPT. Ele já era o único membro do Ministério Público cego. "Estou muito feliz, pois estou realizando um sonho. Aos 50 anos, tenho muito a agradecer ao Ministério Público, pelas coisas que tive oportunidade de fazer. Estou indo para a magistratura com a sensação de dever cumprido. Espero porder levar todo o conhecimento que adquiri aqui", diz.

Ele aprendeu a linguagem Braile, mas se utiliza mais da tecnologia e usa programas que lêem os documentos direto do computador.

O procurador chegou a ser reprovado em um concurso para juiz, no qual havia passado no exame escrito, com a justificativa de que a Justiça não poderia aceitar uma pessoa cega. "Acabaram me reprovando. O Poder não estava pronto para uma pessoa cega naquela ocasião", diz.

Biografia - Ricardo Tadeu nasceu prematuro, sofreu paralisia cerebral em decorrência disso e teve deficiência visual, por causa da chamada Retinopatia. Estudou em escola regular incentivado pela mãe, que sempre apostou em sua inclusão escolar. Aos 23 anos, no terceiro ano da faculdade de Direito, perdeu a visão completamente. Conseguiu se formar pela Universidade de São Paulo (USP) muito pelo apoio dos colegas, que gravavam o conteúdo dos livros e das aulas para ele estudar. Em 1990, passou no exame escrito para juiz, mas foi reprovado por ser cego.

Em 1991, quando fez o concurso para procurador do trabalho, foi aprovado em 6º lugar numa prova disputada por 5 mil candidatos.

Além disso, fez mestrado, doutorado, publicou dezenas de artigos acadêmicos e escreveu um livro: O trabalho da pessoa com deficiência e a lapidação dos direitos humanos.

Fonte: Bem Paraná

Um comentário:

solange costa disse...

EI KARINA,
OTIMO SABER QUE NO BRASIL APESAR DAS BARREIRAS PESSOAS COM DEFICIENCIA ESTA OCUPANDO LUGARES DE DESTAQUE ,EU TAMBEM TIVE UM COLEGA NO CURSO DE DIREITO CEGO E QUE PASSOU NO PRIMEIRA PROVA DA OAB ,E TENHO CERTEZA QUE CONSEGUIRA SEGUIR CARREIRA .
PARABENS PELO ARTIGO!
SOLANGE COSTA