quinta-feira, 6 de agosto de 2009

CNJ determina fechamento de autarquia que administra TJ-BA


O corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, determinou nesta quarta-feira que o Tribunal de Justiça da Bahia encerre as atividades do Instituto Pedro Ribeiro de Administração Judiciário (Ipraj).

Há mais de 20 anos, a autarquia é responsável pela gestão administrativa do Poder Judiciário estadual e cuida das questões gerenciais, de patrimônio, execução orçamentária, logística e desenvolvimento de recursos humanos. O instituto também arrecada e administra diretamente os recursos provenientes da cobrança de custas judiciais.

O despacho, assinado também pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça, ministro Gilmar Mendes, dá um prazo de 30 dias para que a presidência do Tribunal de Justiça apresente um plano de trabalho capaz de garantir a administração direta do serviço judiciário no Estado.

A decisão da corregedoria foi tomada a partir de expediente levado ao CNJ pela administração do Ipraj. O órgão repassou R$ 30 milhões para a Secretaria de Fazenda do Estado da Bahia para atender dificuldades com a folha de pagamentos, inclusive do Poder Judiciário.

Como não recebeu os recursos de volta, a autarquia não pode emitir integralmente os empenhos de várias obras em andamento, razão pela qual pedia análise sobre a emissão de empenhos parciais.

Ao sustentar pela negativa do pedido da autarquia, a Secretaria de Controle Interno do CNJ chamou atenção para a irregularidade da descentralização dos recursos orçamentários e também para a impossibilidade de repasse para fins de pagamento de folha de pessoal.

Ao analisar detidamente o caso, a corregedoria entendeu que a própria existência do Ipraj é inconstitucional e "um equívoco", pois está em desacordo com o que a legislação define sobre o que é uma autarquia.

"De fato, na dicção da Constituição as atividades de natureza administrativas somente podem ser desenvolvidas e executadas diretamente pelo próprio tribunal através de atos e decisões administrativas", ressalta o despacho.


Redação Terra

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