terça-feira, 25 de agosto de 2009

ONU elogia Justiça brasileira por manter preso o médico Abdelmassih


A ONU (Organização das Nações Unidas) publicou nesta terça-feira um comunicado que elogia a Justiça brasileira pela decisão que manteve o médico Roger Abdelmassih preso. Ele é acusado de atentado violento ao pudor e estupro contra ex-pacientes.

Médico comete abuso desde a década de 70, diz promotor
Denúncia de abuso sexual é fantasiosa, diz advogado
Entenda o caso que envolve o médico Roger Abdelmassih

O comunicado da Unifem (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) afirma que "revelação pública e rigor da Justiça representam um passo significativo para os direitos humanos das mulheres". Na segunda-feira (24), a ministra Ellen Gracie, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou o pedido de liberdade ao médico. Antes o mesmo pedido tinha sido negado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e pela Justiça paulista.

Um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida do país, Abdelmassih, 65, é acusado de crimes sexuais contra ex-pacientes e está preso desde o último dia 17, quando o juiz Bruno Paes Stranforini, da 16ª Vara Criminal de São Paulo, aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público e decretou a prisão preventiva.

Após a prisão, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) decidiu suspender o registro de Abdelmassih. Com a decisão, está proibido de exercer a medicina até que seu caso seja julgado pelos médicos conselheiros do Cremesp. O julgamento precisa ocorrer em até seis meses.

Acusação

O médico foi denunciado (acusado formalmente) pela Promotoria na última quinta-feira (13) sob acusação de 56 estupros. A denúncia foi feita com base em legislação que passou a vigorar no último dia 7, segundo a qual o antigo "ato libidinoso" passa a ser considerado como "estupro". Pela legislação anterior, seriam 53 atentados violentos ao pudor (atos libidinosos) e três estupros (quando há conjunção carnal).

Em geral, as mulheres o acusam de tentar beijá-las ou acariciá-las quando estavam sozinhas - sem o marido ou a enfermeira presente. Algumas disseram ter sido molestadas após a sedação.

O Ministério Público Estadual afirma na denúncia apresentada à Justiça que o médico pratica crimes sexuais desde o início da carreira, há cerca de 40 anos, e apenas preso irá parar de cometê-los, mostrou reportagem publicada na edição da última quarta-feira da Folha.

Outro lado

O advogado disse que a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra seu cliente é fantasiosa. "Eu reafirmo que essa denúncia é fruto da criatividade intelectual do representante do Ministério do Público", disse. "Não é verdade essa afirmação. Não há provas disso", afirmou, sobre as 56 acusações de estupro feitas pela Promotoria.

"Um homem que teve 20 mil clientes, mais de 7.000 clientes tiveram filhos, eu não tenho a menor dúvida que todo procedimento dele foi dentro da ética e da legalidade", afirmou o advogado do médico.


Fonte: Folha Online

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