da Redação - Revista Época
O programa de pacificação das favelas do Rio de Janeiro virou prioridade para a área de segurança pública do Estado, que determinou como meta incluir mais 47 comunidades no projeto Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). O governo está de olho na Copa do Mundo e nas Olimpíadas. Hoje, quatro favelas (Dona Marta, Cidade de Deus, Batam e Babilônia) fazem parte do programa. A intenção é chegar em 2016 com cem delas atendidas – 10% do total. Não se sabe ainda quais serão as próximas, mas o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, dá a entender que o objetivo é agir em áreas turísticas e próximas às vias expressas. Há ainda, conta a manchete de O Globo, uma estratégia combinada com o aumento do efetivo da Polícia Militar, que deve contar com 62 mil homens até 2016. Atualmente são 38 mil.
Karina Merlo comenta:
Notícias como esta divulgada hoje pelo Jornal O Globo seriam recebidas com imensa satisfação pelo sofrido povo brasileiro. Creio que, em parte, até assim o seja. Entretanto, confesso que integro uma parcela da população que anda bem descrente das boas ações governamentais.
Os projetos de contenção da violência, que é cada vez mais crescente na capital do Rio de Janeiro, nascem com o pretexto de atender aos interesses estrangeiros e não para socorrer uma necessidade social local. A minha aversão pelas soluções paliativas e superficiais advindas da máquina pública decorre de que estas visam apenas forjar uma realidade melhor para o cidadão: são temporárias e efêmeras.
O gasto público em investimentos para melhorar a imagem do nosso famigerado caos social deveria ser aplicado em projetos que possibilitassem uma vida mais digna para seus cidadãos. A segurança é um fator relevante, porém não é aumentando o número do efetivo policial que se garantirá a geração de empregos, o acesso à educação ou promoverá a cidadania para um povo marginalizado (entenda-se o termo como à margem da sociedade, os excluidos, banidos à sua própria sorte).
As medidas propostas pelo governo terminam por serem uma forma de dar satisfações às exigências internacionais e, assim, calarem os rumores de que será arriscado ir ao Rio de Janeiro para ver os jogos olímpicos. Tal hipocrisia dos nossos governantes decepciona. O cenário do que poderia ser uma evolução social se traduzirá em obras super-faturadas e desvio de verbas. E no meio dessa guerra entre o "crime organizado governamental" e o "crime organizado das facções" sempre estará o cidadão de bem à espera de milagres.
Veja a manchete na íntegra:
Um comentário:
Apoio em gênero, número e grau! Fico feliz de saber que uma colega de profissão (Marketing)e eu, ela consagrada no mercado, eu ainda em formação, temos a mesma visão sobre o assunto. Gratificante e animador!
Vejam o que digo no meu Blog:
http://www.apiolho.blogspot.com
Scilla Rangel
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