O juiz titular da Vara do Meio Ambiente e Questões Agrárias do Tribunal de Justiça do Amazonas, Adalberto Carim, encontrou na história em quadrinhos, uma maneira especial de promover mudanças na cultura da comunidade, desestimulando a prática de crimes ambientais.
Para o magistrado, “quanto mais educado for o jurisdicionado, menor vai ser o número de processos judiciais e de punições". Carim é um especialista em trabalhar com conciliação e entende que esse trabalho não se resume apenas a intermediar conflitos estabelecidos. Ele defende a criatividade para tentar evitar que os conflitos nem aconteçam.
O juiz tem utiliza uma pedagogia inovadora: os próprios infratores são instrumentos disseminadores da cultura ambiental. Suas sentenças resultam na reparação do dano, na construção de espaços do conhecimento e na produção de material didático para educação de crianças e jovens quanto ao bom uso dos recursos naturais.
Graças a essas sentenças o Estado do Amazonas conta com duas “Ocas do Conhecimento Ambiental”, vídeos educativos e 12 edições do gibi da Turma do Meio Ambiente, idealizado pelo próprio magistrado, que levam conscientização aos alunos da rede pública de ensino.
Com apoio de empresas que investem em responsabilidade social também já foram impressas e distribuídas cerca de 30 mil cartilhas ilustradas sobre a convivência harmônica do Homem com a Natureza.
A ação de mudança também utiliza o teatro de fantoches e espaço permanente de exposições em shoppings para conscientizar a população levando experiências em forma de arte. A novidade reduziu a reincidência dos infratores.
A Vara do Meio Ambiente do Amazonas é a única do Brasil que utiliza o princípio da descarbonização ou seja, toda a energia consumida é revertida em arborização de áreas para compensar o desgaste ambiental.
Para o juiz José Eduardo Xavier, indicado pelo CNJ para avaliar o projeto inscrito no Prêmio de Boas Práticas de Conciliação, o trabalho realizado pelo titular da Vara de Meio ambiente é de deixar qualquer magistrado entusiasmado. “Só vamos conseguir dar conta dos 70 milhões de processos que tramitam no Brasil quando a maioria dos juízes tiver uma visão mais social que processualista das ações, assim como é feito pelo doutor Adalberto Carim”, comenta.
Fonte: CNJ
Nenhum comentário:
Postar um comentário