terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Caso Joanna: mãe e diarista confirmam tortura


Depoente lembra que nos dias de visita do pai, Joanna chorava muito, chegando até a vomitar na presença do mesmo

O juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, titular do 3º Tribunal do Júri da capital, iniciou hoje, dia 10, a primeira Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ) do processo onde André Rodrigues Marins e Vanessa Maia Furtado, respectivamente, pai e madrasta da menina Joanna Cardoso Marcenal Marins, são acusados de homicídio qualificado. A primeira a depor foi Cristiane Marcenal, mãe da criança de 5 anos que morreu no dia 13 de agosto do ano passado, vítima de meningite, após ficar 26 dias em coma.

Cristiane foi uma das testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público estadual e demonstrou receio em prestar depoimento na frente dos réus. O juiz, então, pediu para o casal se retirar do plenário.

Em seu depoimento, Cristiane alegou que André não estava presente no nascimento de Joanna, mas que a procurou para registrá-la. Ela contou que dias depois desta data, o pai disse que não queria mais ver a criança, o que aconteceu até Cristiane entrar com uma ação de pedido de alimentos na comarca de Nova Iguaçu em setembro de 2006, quando foram regulamentadas as visitas de André, que aconteciam esporadicamente.

A depoente relatou que a primeira vez que viu sinais de maus tratos em Joanna foi em outubro de 2007, após uma visita ao pai. Ela descreveu que a menina chegou com a roupa rasgada, um hematoma nas costas e arranhões pelo corpo. A mãe levou então a criança ao hospital e ao IML para fazer o exame de corpo de delito e, em seguida, à delegacia, onde fez o boletim de ocorrência.

Após o ocorrido, Cristiane explicou que as visitas foram suspensas e liberadas novamente em janeiro de 2008. No entanto, segundo ela, André a procurou para ver Joanna somente em dezembro de 2009.

A depoente lembrou ainda que todos os dias de visita do pai, Joanna chorava muito, chegando até a vomitar na presença do mesmo. Ela disse que a menina dizia que não queria ir e contou que ele gritava com ela e batia em sua cabeça. Tal fato, de acordo com a mãe, desenvolveu a síndrome do terror noturno na menina, que precisou de medicação para superá-la.

Com a reversão da guarda da menina para o pai em maio de 2010, Cristiane contou que a entregou absolutamente saudável e disse que ficou sabendo de sua internação, no dia 19 de julho de 2010, por uma amiga de André. Ao chegar ao hospital, ela descreveu que a menina estava suja, com várias equimoses pelo corpo, uma queimadura nas nádegas e outra, já em fase de cicatrização, na clavícula direita, além de estar com os pés e as mãos inchados.

Ela conta ainda que, segundo o prontuário do hospital, com informações dadas por André, as marcas na menina teriam sido provocadas por uma crise convulsiva. Cristiane, que é médica, disse que isso não seria possível.

Fonte: TJRJ

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