sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Maioria das vítimas que procura CEAV foi agredida por um conhecido


Entre as 192 pessoas que procuraram ajuda no Centro de Atendimento a Vítimas de Violência (CEAV), em um ano e meio de funcionamento, a maioria sofreu agressão – direta ou indiretamente – praticada por algum conhecido. Os dados divulgados pelo CEAV, coordenado pela Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos e o Grupo Tortura Nunca Mais, indicam que grande parte das vítimas era do sexo feminino, negras ou pardas, com idade entre 20 e 65 anos.

O CEAV é um programa que integra o Sistema Nacional de Proteção a Pessoas Ameaçadas e oferece acompanhamento social, psicológico e jurídico às vítimas de violência, bem como aos seus familiares e dependentes. Para fazer o atendimento preliminar à vítima, o Centro conta com dois psicólogos, dois assistentes sociais e uma advogada que atendem casos relacionados com homicídio, latrocínio, estupro, abuso sexual de criança e adolescente, atentado violento ao pudor, lesões corporais e violência psicológica.

Nos 107 atendimentos prestados pelo CEAV em 2010, os familiares são apontados como os principais agressores, representando 37,9% dos casos registrados. Entre os tipos de agressões, se destacam lesão corporal (37,7%), ameaça de morte (32,1%) e homicídio de algum familiar (28,3%). Em quase 80% dos casos, a vítima recebe atendimento psicossocial e jurídico.

Os atendimentos psicológicos, em sua grande parte, são prestados aos que sofreram alto grau de perturbações psíquicas por terem passado ou testemunhado uma situação trágica, ameaçadora ou violenta. “Quando essas pessoas chegam ao CEAV, geralmente estão sentindo muito medo, ansiedade e angustia. Isso acontece mesmo em situações em que a ameaça já não existe mais”, disse uma das psicólogas do Centro, Mariana Lima.

Ela afirmou que em muitos casos, mulheres procuram o local para denunciar o comportamento agressivo do ex-companheiro. Nessas situações, o Centro presta atendimento não apenas a essas mulheres como também aos filhos, caso tenham. “Além de prestarmos o atendimento à família, nós encaminhamos essas pessoas a uma Delegacia para que elas possam prestar queixa e solicitar medidas protecionistas”, afirmou a psicóloga.

Em outras situações, como ameaça de morte, a vítima é encaminhada para locais sigilosos. Para isso o Centro conta com a parceira com outros programas a exemplo do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte no Estado da Bahia. Entre os outros órgãos que integram a rede de referência do CEAV estão a Vara de Violência Doméstica, o Ministério Público, a Comunidade de Atendimento Socioeducativo de Salvador (CASE), a Pastoral da Criança, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e o Conselho Regional de Psicologia.

Endereço do CEAV

O Centro fica na Rua General Labatut, nº 26, Barris (próximo à Biblioteca Pública dos Barris). As pessoas também podem ligar para o número (71) 3328.4609 para agendar o atendimento.

Fonte: Tribuna da Bahia

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