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terça-feira, 31 de março de 2009
Desembargadora do TRF-3 dá lição de Direito: como pôr abaixo um castelo de areia
Lei Maria da Penha é aplicada a casos de namoro, independente de coabitação
A Lei Maria da Penha pode ser aplicada a relações de namoro, independentemente de coabitação. No entanto a situação específica de cada caso deve ser analisada, para que o conceito de "relações íntimas de afeto" não seja ampliado para abranger relacionamentos esporádicos, fugazes ou passageiros. A decisão, da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou que a ação contra ex-namorado da suposta vítima tramite na Justiça Comum, e não em juizado especial criminal.
Apoiada em doutrina, a ministra Laurita Vaz, relatora do conflito de competência, afirmou que, para caracterização da aplicação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), é preciso existir nexo causal entre a conduta criminosa e a relação de intimidade existente entre autor e vítima. Ou seja, a prática violenta deve estar relacionada ao vínculo afetivo existente entre vítima e agressor.
No caso específico, após terminar namoro de um ano e dez meses a suposta vítima passou a ser ameaçada pelo ex-namorado. Entre outras perturbações, e mesmo após quatro meses do fim da relação, ele a teria ameaçado de morte, ao tomar conhecimento de seu novo relacionamento.
Fonte: ASCOM-STJ
segunda-feira, 30 de março de 2009
Hora de mudar o Sistema Eleitoral Brasileiro
Crônica da semana
Por Rubem Alves
Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado”.
Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou”.
domingo, 29 de março de 2009
Analistas debatem cumplicidade de mães em pedofilia
São Paulo - Quando veio à tona o caso da menina pernambucana de nove anos, que foi abusada sexualmente pelo padrasto, de 23, desde os seis anos, a mãe da criança disse que só soube que o crime era cometido quando a garota engravidou de gêmeos e teve de ser submetida a um aborto porque corria risco de morte. Em outro caso horripilante, o do austríaco Josef Fritzl, de 73 anos, que manteve a filha Elisabeth por 24 anos em cativeiro e, nesse período, a violentou várias vezes e teve com ela sete filhos, a mulher dele também disse que não sabia. É possível nesses casos de abusos insistentes por anos, que as mães não saibam?
Para o promotor Tomás Busnardo Ramadan, coordenador adjunto do Centro de Apoio Criminal do Ministério Público de São Paulo, não. "Acho difícil que a mãe não saiba, especialmente quando se trata de criança. Talvez por falta de educação, cultura, consciência, ela releve, porque quem traz o sustento para a casa é o marido e, na hora de pesar na balança, pode ser que ficar sem o provedor seja pior do que o resto", observa.
Na última quinta-feira (dia 26), a mãe da menina de nove anos foi indiciada pela Polícia Civil sob acusação de negligência. Segundo o delegado Antônio Luiz Dutra, responsável pelas investigações, houve omissão por parte da mulher, que poderia ter evitado a continuidade do crime e a consequente gravidez da filha. "Ela faltou na responsabilidade de proteger as filhas." Entretanto, a notificação oficial do indiciamento deve acontecer somente amanhã.
Nos processos de pedofilia, o promotor diz que são poucas as mães julgadas culpadas de coautoria no crime, porque geralmente afirmam que não sabiam. Mas, se ficar comprovado que eram conscientes, devem ser responsabilizadas criminalmente, geralmente por atentado violento ao pudor, além de perder a guarda do filho. "A mãe não precisa participar do ato em si para ser responsabilizada. É dever da mãe cuidar do filho e, se foi negligente ou omissa, deve responder por isso", diz Ramadan.
Daniela Pedroso, psicóloga do Serviço de Violência Sexual do Hospital Pérola Byington, em São Paulo, que há 12 anos trabalha com crianças vítimas de violência sexual, acredita que, sim, é possível a mãe não saber. "É difícil saber porque o ato geralmente acontece quando a mãe sai para trabalhar ou não está em casa. E a ameaça do agressor é tão grande que a criança, de tão amedrontada, consegue esconder." Por isso, Daniela salienta que, o importante, é a mãe acreditar no que o filho diz quando ele dá sinais de que algo está errado.
'Parte da loucura'
O componente cultural e a dificuldade em aceitar a realidade tão dura de um crime como a pedofilia podem fazer com que as mães, algumas vezes, sejam coniventes com o que acontece contra seus filhos. Na maioria dos casos os pequenos são vítimas de abuso sexual dentro de casa, debaixo de seus narizes, e o algoz é normalmente algum ente próximo. "Infelizmente, a cultura de uma região permite que o pai inicie sexualmente a filha, com a anuência da mãe", diz o promotor.
A psicóloga Elaine Levisky, especializada em psicanálise clínica para crianças e adolescentes, também acredita que o aspecto cultural pode influir. Mas ressalta que, às vezes, a mãe é omissa porque a aceitação da realidade pode ser muito dura. "A realidade é tão absurda que ela pode não suportar e, de alguma forma, justificá-la, porque o sofrimento é muito grande." Para Elaine, cada caso é um caso e pode ser que a mãe "faça parte da loucura", muitas vezes afligida pelo medo da ameaça, que é muito forte nesses casos, ou porque seja muito dependente emocionalmente do agressor.
Se a família significa a proteção da criança, como fica a situação dos filhos quando até a mãe é omissa ou conivente com a agressão contra eles? "O importante é que o fato sempre chegue ao Ministério Público", frisa Ramadan. E, segundo ele, pode ser de qualquer via: parentes, vizinhos e a escola. "Muitas vezes o sinal de que algo não vai bem em casa afeta o desempenho escolar da criança e a professora, se bem preparada, pode percebê-los."
Na opinião dele, o papel da família, da sociedade e a divulgação de casos têm feito com que outras pessoas denunciem esse tipo de crime, num efeito dominó. Daí o fato de, nos últimos meses, vários casos de pedofilia estarem vindo à tona.
Sinais
Na maioria das vezes, aquela história fantasiosa contada por seu filho pode ser uma forma de ele comunicar que algo vai errado. Por isso, é preciso ouvi-lo com atenção e apurar o que é fantasia e o que é realidade. "É preciso dar credibilidade às crianças, especialmente aos detalhes, àquilo que ela não diria normalmente", aconselha a psicóloga Daniela Pedroso, do Serviço de Violência Sexual do Hospital Pérola Byington, na capital paulista.
No trabalho que faz no Pérola Byington, Daniela atende todas as camadas sociais, uma prova de que a pedofilia não escolha classe. E, tendo como base sua experiência, diz que muitos casos de abuso só vêm à tona quando a vítima engravida, como foi o caso da menina pernambucana. Por isso, ressalta a importância de a criança ser ouvida e acreditada.
A psicóloga clínica Elaine Levisky concorda que as mães, bem como os entes próximos, precisam estar atentos. Mas pondera que os sinais emitidos pela criança ou adolescente podem ser ambíguos. "Nem sempre (os sinais) são claros e imediatos, especialmente porque a vítima está em posição de desvantagem perante o agressor." Entre os sinais comuns, aponta Elaine, podem estar falta de apetite, depressão, insônia, agressividade, certos medos, como do escuro e de certas pessoas - geralmente o agressor.
As psicólogas também enfatizam a dificuldade de discernimento da criança, como a noção de que o ato seja certo ou errado. Ambas dizem que tudo depende da relação de troca entre vítima e agressor. "Às vezes fica difícil a criança entender que aquilo (o abuso) é errado. O agressor pode, por exemplo, sustentar a casa, comprar brinquedos a ela. Assim, demora para 'cair a ficha' de que o que está acontecendo seja errado e ruim para ela", diz Daniela.
Fonte: Agência Estado
Para refletir...
Vistorias do CNJ constatam que a justiça brasileira não quer enxergar
Na 9ª Vara Criminal de São Luís, um processo está com o advogado desde 2004. E os juízes só percebem que devem cobrar a devolução dos autos quando a outra parte da ação reclama.
sábado, 28 de março de 2009
Viva a Salvador! 460 anos de pura magia...
Pirotecnia judicial
Luhmann e a teoria funcionalista-sistêmica da sociedade
Este conceito, o de expectativa, desempenha um valor central na teoria de Luhmann: são as expectativas e as expectativas de expectativas que orientam o agir e o interagir dos homens em sociedade, reduzindo a complexidade, tornando a vida mais previsível e menos insegura. E é justamente para assegurar estas expectativas, mesmo a despeito de não serem elas sempre satisfeitas, que surgem os sistemas sociais. Eles fornecem aos homens modelos de conduta, indicando-lhes que expectativas podem ter em face dos outros.
Luhmann distingue duas espécies de expectativas: as cognitivas e as normativas. As primeiras são aquelas que deixam de subsistir quando violadas: o expectador adapta sua expectativa à realidade, que lhe é contrária, aprende, deixa de esperar. Já as expectativas normativas mantêm-se a despeito de sua violação: o expectador exige que a realidade se adapte à expectativa, e esta continua a valer mesmo contra os fatos, (contrafaticamente). O errado era a realidade, não a expectativa. Daí surge o conceito de norma: “norma são expectativas de comportamento estabilizadas contrafaticamente”.
Fonte: GREGO, L. “Funcionalismo no Direito Penal”, p.8.
Instrutor da Swat leva susto em ataque de supostos traficantes no Morro do Alemão
Para refletir...
sexta-feira, 27 de março de 2009
Ministro mantém decisão de Temer sobre análise de medidas provisórias
25/03/09 - Líderes da oposição pedem urgência do STF em julgamento sobre análise de MPs pela Câmara
Processos relacionados
Tudo só é possível até que alguém o faça!
quinta-feira, 26 de março de 2009
Desapropriação-sanção: fazendeiro que plantava maconha perde toda sua terra
Em defesa do idoso
Juiz: O dinheiro da sua mãe, a senhora usava só pra ela?
Comprovado, portanto a aplicação diversa à que se destina dos benefícios previdenciários recebidos pela vítima. Portanto, presentes materialidade e autoria delitivas, bem como considerando a inexistência de causas de exclusão do crime ou isenção depena, inafastável a condenação da ré e conseqüente aplicação da relativa sanção penal. DOSIMETRIA DA PENA 1º FATO
TJDFT utiliza videoconferência para realizar o primeiro interrogatório a distância com réu preso
quarta-feira, 25 de março de 2009
É bom não abusar
Quando as coisas sempre dão certo para uma pessoa logo se diz que ela tem muita sorte. Muitas vezes nem sempre é assim.
Mas como as coisas que dão certo acabam obtendo uma repercussão descomunal, as coisas que não dão certo praticamente somem afogadas pelas ondas dos falatórios a favor.
Pratica-se muito aquela máxima de que em política, por exemplo, o que vale não é o fato, mas a repercussão que se lhe dê.
Ou seja, o fato pode até conter muitas verdades, mas o que vai interessar mesmo será a versão final a ser disseminada.
Isto quer dizer que essa versão final para ser apresentada de forma atraente pode ser fantasiosa, recheada com mentiras, as mais descaradas.
E assim vão se forjando os mitos que se não conseguirem ficar bem na foto da história, pelo menos já tem espaços cativos no cotidiano das indecorosidades, posando de invencíveis.
Não estou certo que a palavra certa para um começo de compreensão dessa coisa seja cinismo. Digo que não estou certo porque a palavra cinismo não diz tudo.
O cinismo, originariamente, era uma doutrina filosófica na Grécia antiga. Os cínicos buscavam a felicidade na vida simples em sintonia com a natureza, desprezando riquezas, confortos, tendo como parâmetro dessas virtudes o jeito de ser dos cachorros.
Então quando se diz hoje que alguém é cínico está se dizendo que ele não tem compromissos com as regras sociais nem com a moral vigente, ou seja é um descarado.
Daí que para algumas pessoas esse negócio de agir com cinismo chega a ser uma constante, quase sempre uma característica, algo já inoculado ao caráter.
A vida em sociedade impõe regras morais e éticas e regras legais, o que significa que todos nós estamos sujeitos a limites.
Cada um na sua função, uns como políticos, outros como juízes, todos como cidadãos, cada um está adstrito aos seus próprios limites.
Mas quando nessa sociedade de regras morais e éticas e de regras legais vem um e transgride e nada lhe acontece, nenhuma sanção lhe é imposta, ele se julga imunizado pela impunidade para poder continuar transgredindo.
Não demora e passa a ser uma pessoa temida, poderosa. Outros transgressores, de menor potencialidade, vão se juntando a ele, na crença de que vão ter sua proteção.
Mostrando união, exibem força e o chefão poderoso passa a ser mais temido. Os medrosos por natureza ou por ocasionais interesses, pelo sim, pelo não, aderem ou se calam.
Vai se formando o mito da invencibilidade. A impunidade deixa de ser a omissão da polícia ou a fraqueza conivente dos julgadores para se transformar em graça divina, - a sorte, justificativa única de tudo.
Olha aqui, amiga, amigo, - tudo na vida um dia acaba. Estrela brilhante se apaga, a lua tem suas fases e numa dessas uma nuvem pode tirar da reta lunar o orifício sortudo. Se é pacto com diabo, é bom lembrar que nessas parcerias nunca ninguém ganhou.
A impunidade cansada de carregar tudo sozinha nesses tempos todos já começa a sair fora. E se acham que é sorte, é bom não abusar.