terça-feira, 22 de junho de 2010

Bilionário morto em 2005, "ressuscita" e paga dívidas fantasmas a golpistas


O plano foi perfeito, mas ao mesmo tempo grosseiro, pois o pagamento de uma dívida inexistente foi feito com dinheiro de uma conta de espolio, o que já constatava que a pessoa estava morta. Olympio José Alves não deixou herdeiros, mas deixou uma fortuna de mais de R$ 1,5 bilhão, cujo processo corre em segredo de Justiça em São Paulo

A fé cura e ressuscita mortos. Mais de dois mil anos depois da ressurreição de Jesus Cristo, surgiu o segundo caso de uma pessoa com poderes de morrer e ressuscitar, desta vez em Anaurilândia, Mato Grosso do Sul, Brasil. Um homem muito rico, que morreu em 15 de junho de 2005 em São Paulo, ressuscitou dos mortos e autorizou através de um representante, sem pensar duas vezes, o pagamento de R$ 3.926.471,22 - dinheiro retirado de uma conta de espólio e depois subiu ao céu. Essa fortuna, no entanto, é apenas uma pequena parte do valor de uma dívida "fantasma" calculada em mais de R$ 1 bilhão e 444 milhões, valores corrigidos ainda em 27 de junho de 2009. Esse mesmo homem também teria ressuscitado no início deste ano em Várzea Grande, Mato Grosso, Brasil. Pagou uma conta também "fantasma" e depois subiu ao céu.

O bilionário paulista Olympio José aos, morreu aos 86 anos às 13h53 de 15/06/2005 no Hospital Beneficente Portuguesa, em São Paulo. A causa morte, segundo o médico André Jaime, foi choque séptico, empiema e pneumonia.

Olympio José está sepultado na Quadra 8, nº 36 do Cemitério da Quarta Parada, no bairro do mesmo nome, em São Paulo. O apartamento do bilionário, localizado na Rua Dr. Renato Paes, no elegante bairro Itaim Bibi está lacrado desde 2007 por decisão da Justiça.

"Estão roubando o dinheiro do morto, que era solteiro e não deixou filhos. O pior, é que os golpes estão sendo tramados, justamente por quem deveria estar do lado da lei", comentou um amigo de Olympio, que ainda mora no mesmo bairro onde o bilionário morou há muitos anos, e que conhece a história.

Em Anaurelândia (MS), mesmo já morto há mais de cinco anos, Olympio outorgou poderes através de uma procuração ao advogado Eraldo Gomes da Cruz, para que ele pagasse uma fortuna a Aristides Martins e Tereza de Jesus Silva, para quem ele deveria à época, em 2007, quase R$ 1 bilhão. Só que dívida era falsa e todos eram apenas personagens de um golpe bilionário.

A juíza de Direito da Comarca de Anaurelândia, Margarida Elizabethe Weiler, ignorando a existência do morto, autorizou o pagamento de mais de R$ 3 milhões, parte da dívida. Só que, ao tomar conhecimento do suposto erro jurídico, o juiz de Direito Robson Celeste Caldelório mandou embargar o restante do pagamento.

Isso foi após julgar procedente os presentes embargos à execução opostos pelo espólio de Olympio José Alves em face de Aristides e Tereza para fins de reconhecer a nulidade da citação e DECLARAR NULO o apenso processo no nº 022.07.500042-5 desde o despacho inicial.

"Condeno os embargados (Aristides e Tereza) a devolverem o dinheiro levantado por força do Alvará expedido nos autos acrescidos de juros de mora de 1% ao mês correção monetária pelo IGP-4 a partir do levantamento do numerário". Foi o que disse o magistrado no processo 022.08.000440-9. Entretanto, quando essa decisão saiu, os dois acusados já haviam desaparecido da cidade, e nunca mais foram localizados.

O paulista Olympio Alves, segundo a reportagem do Portal 24 Horas News apurou que ele também ressuscitou em Várzea Grande. Por aqui, o milionário teria ido ao Fórum, e autorizou em tempo recorde o pagamento de mais de R$ 8 milhões sem reclamar um instante sequer. O dinheiro também foi sacado da conta de espólio de Olympio Alvesem favor da empresa Rio Pardo Agroflorestal, que alegou calote na venda de uma área de terras no município de Vila Bela da Santíssima Trindade. O acordo foi homologado pelo juiz da 3ª Vara Cível de Várzea Grande, Marcos Martins Siqueira, que determinou que os R$ 8,115 milhoes fossem depositados numa conta única que posteriormente foi repassado a empresa.

O pagamento de uma falsa dívida para uma falsa empresa, cujo sócio usou CPF inexistente ou falso, teria sido orquestrado por pelo menos quatro pessoas, todas da alta sociedade, e de excelente nível intelectual.

O caso está sendo investigado por dois promotores de Justiça. Os fatos já estão comprovados, inclusive a morte de Olympio que deixou uma fortuna até então incalculável.

Fonte: Redação 24 Horas News

2 comentários:

Thyara Merlo disse...

Pobre rico Olympio. Seu cadáver deve estar rolando no túmulo.
Quero aproveitar e parabenizar pela mudança de layout do blog, ficou bem organizado e bonito! Parabéns!

Dra Aparecida disse...

Como o ser humano é nojento quanto tem dinheiro envolvido, dá nojo tanta safadeza...esses juízes, ou são uns ignorantes ou uns pilantras levando vantagem,