MADRI - A Polícia da Espanha deteve nesta terça-feira, 7, mais cinco pessoas supostamente envolvidas em uma rede de exploração sexual de homens de origem brasileira, na segunda etapa de uma operação iniciada na semana passada. Os detidos foram capturados em três prostíbulos masculinos localizados em Madri.
Na primeira fase da operação, a Polícia desarticulou pela primeira vez na Espanha uma rede especializada em exploração sexual de homens e prendeu 14 pessoas. Conhecido como "Lucas", o líder da organização era o encarregado de selecionar e semanalmente cooptar novas vítimas mediante transferências bancárias. Os investigadores comprovaram que os homens permaneciam em cada local 21 dias e estavam disponíveis para os clientes durante 24 horas.
Em cada casa havia em média entre oito e dez meninos que tinham seus perfis anunciados em sites de serviços sexuais. Os programas ocorriam em prostíbulos, a domicílio e em hotéis. Em um dos apartamentos registrados foi localizado um menor, de 16 anos de origem brasileira, que estava havia três semanas realizando serviços sexuais para a organização.
Os responsáveis pela rede e os jovens dividiam o lucro meio a meio, dinheiro que supostamente era para o pagamento dos quartos nos quais viviam em condições precárias, compartilhando beliches com outros jovens. Para passar a ideia de que estavam ali voluntariamente, os responsáveis da rede os faziam assinar contrato de aluguel do quarto compartilhado para eximirem-se de qualquer responsabilidade.
Junto aos últimos cinco detidos por delitos relativos à prostituição e contra os direitos dos trabalhadores, os agentes prenderam outras cinco pessoas que estavam na Espanha em situação irregular. Ao todo, a rede teria trazido à Espanha 80 pessoas procedentes do Maranhão (norte), das quais 64 eram homens.
Algumas das vítimas, com idades entre 22 e 29 anos, sabiam que vinham prostituir-se, embora acreditassem que o fariam em outras condições. Uma parcela, no entanto, pensava que havia sido contrato para trabalhar como dançarinos e modelos.
Sob ameaças de morte, os jovens ficavam disponíveis 24 horas. Para manterem relações sexuais continuamente, os responsáveis pela rede forneciam "popper" (uma droga para estimulação sexual), viagra e cocaína, informaram os agentes. Pelos serviços, cobravam 60 euros (US$ 75). As vítimas deviam ainda pagar 4 mil euros (US$ 5 mil) pela viagem à Espanha.
Fonte: Estadão
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